Segundo a mitologia greco-romana, Pã é uma antiquíssima divindade pelágica especial à Arcádia, o guarda dos rebanhos que ele tem por missão fazer multiplicar. Deus dos bosques e dos pastos, protetor dos pastores, veio ao mundo com chifres e pernas de bode. Pã é filho de Mercúrio, o mensageiro dos deuses.
A imagem mais conhecida de Pã é disseminada pelo cristianismo que, na Idade Média, o associou ao Diabo, muito popular ainda nos dias de hoje: o "pé-de-bode", o "chifrudo", o "capeta", "o cabeça-de-bode", o "tinhoso".
Mito de criação da flauta de Pã
Um dia percorria Pã o monte Liceu, segundo o seu hábito, e encontrou a ninfa Syrinx que jamais quisera receber as homenagens das divindades e que só tinha uma paixão: a caça. Aproximou-se dela, e como nos costumes campestres se vai imediatamente ao objetivo, sem nenhum artifício, sem nenhum desvio, disse-lhe: "Cedei, formosa ninfa, aos desejos de um deus que pretende tornar-se vosso esposo." (Ovídio).
Pã e Syrinx: mito que deu origem a flauta de Pã
Queria falar mais; mas Syrinx, pouco sensível àquelas palavras, deitou a correr, e já chegara perto do rio Ladon, seu pai, quando, vendo-a detida, rogou às ninfas, suas irmãs, que a acudissem. Pã, que lhe saíra no encalço, quis abraçá-la, mas em vez de uma ninfa, só abraçou caniços. Suspirou e os caniços agitados emitiram um som doce e queixoso.
O deus, comovido com o que acabava de ouvir, pegou alguns caniços de tamanho desigual e, unindo-os com cera, formou a espécie de instrumentos que se chama syrinx e que constitui a flauta de sete tubos, transformada em atributo de Pã.
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