E para buscar uma ação concreta do estado, estamos lançamos em conjunto a Marcha Nacional Contra Discriminação para o dia 25/05/2011 - Dia Internacional das Vitimas da Escravatura e do Tráfico Transatlântico.
Manifesto Contra o Racismo e a Intolerância Religiosa
Carta de Brasília
Nós, do Movimento Popular Contra o Racismo e a Intolerância Religiosa, constituído por lideranças vinculadas às tradições de matrizes africanas, ativistas negros e colaboradores, vimos a público exigir que sejam garantidos os direitos invioláveis da população negra e das comunidades de terreiros ante aos ataques verbais manifestados por protagonistas que julgam estar acima da Constituição Federal e do Código Penal.
Desde a década de 1950 existem leis no Brasil para coibir a discriminação racial. A partir de então a legislação tem sido aprimorada para que atos de racismo sejam exemplarmente punidos, não importando quais sejam os agressores. O momento atual é propício para que o poder público iniba com o rigor necessário as práticas segregatórias contra o segmento afrobrasileiro. São recorrentes os gestos que desafiam o judiciário evidenciando um total menosprezo pelo aparato legal que procura salvaguardar a integridade física e moral da população negra.
Reiteramos também que há mais de meio século deixou de existir a obrigatoriedade de registro dos terreiros de candomblé e umbanda nas delegacias de polícia do país. Além do mais a "guerra santa" declarada por religiosos inescrupulosos que literalmente rasgam a Constituição, no que concerne aos direitos e garantias individuais, coloca em risco a construção da democracia no Brasil, apesar da afirmação constante de que lidamos muito bem com nossa diversidade cultural.
Ialorixá Berdadete Souza Ferreira, de Ilhéus - vítima da intolerância
Não abriremos mão de nosso propósito. Mais do que decisões imediatas que cortem pela raiz todas as formas de preconceito, exigimos do Estado Brasileiro e do Congresso Nacional a adoção de estratégias que façam valer a implementação de ações afirmativas, valorizativas e punitivas na defesa dos interesses do segmento negro.
Que a Lei Federal 10.639/03 seja imediatamente cumprida para que a longo prazo possamos ter cidadãs e cidadãos livres da contaminação do germe da ignorância que produz tantos estereótipos, os quais desqualificam os afrobrasileiros e as culturas afrobrasileiras, verdadeiros pilares na formação desta nação.
Brasília 03 de abril de 2011.
Racismo é crime !
Pelo fim da intolerância religiosa!
Punição para os racistas !
Pelo direito à liberdade de culto!
Rede Afrobrasileira Sociocultural, CETRAB, Pastoral Afro da CNBB, COJIRA-DF, NSB/PSB, MNU/DF, Comunidades de Terreiros no DF e Entorno, FENORIXÁ, ACBANTU, Movimento Negro de Pelotas, Instituto Nangetu de Tradição Afro-religiosa e Desenvolvimento Social, Associação de Mulheres de Axé do Rio Grande do Norte, CARMAA, ASSOCIAÇÃO DO CULTO AFRO ITABUNENSE.
CONTATOS: "Rede Afrobrasileira Sociocultural"
Lula Dantas
Coordenador Ponto de Cultura/Associação do Culto Afro Itabunense
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