A Companhia de Teatro VostraZ, do município de Várzea Grande, se apresentou no Teatro do Sesc Arsenal em Cuiabá nos dias 16 e 23 do mês de abril de 2014.
Por VoztraZ
No dia 16 de abril, pelo Projeto Poesias, Versos e Cordas, a Cia apresentou uma montagem baseada na obra do Moçambicano Mia Couto, “Das prisões de palavras que desprendem e deságuam em outros rios”, um espetáculo que traduz o arquétipo literário extenso e diversificado fiscalizando a cena na construção de uma poética original.
Contando com o apoio da Trupe Tropé e da Fundação Júlio Campos, ambas também do município de Várzea Grande, a montagem agrega variações das artes cênicas como a dança, a expressão corporal, a poesia e a musicalidade, produzida através do uso da água. Segundo o Diretor da Cia Maicon D’Paula, os ensaios tem sido bastante desgastantes, visto que, são dois espetáculos com linhas de trabalhos diferentes, um poesia, o outro contação de história, porém, o resultado do trabalho é gratificante,.
Já no dia 23 de abril, a Companhia apresentou, também no Teatro do Sesc Arsenal, o espetáculo “Conversa de Botas e Batidas”, pelo Projeto Semana Sesc de Leitura e Literatura. O espetáculo é encenação de manifestações de cultura popular, apresentando a simplicidade e grandiosidade das manifestações de histórias criadas, inventadas e contadas.
No enredo Cuiabá, Várzea Grande e principalmente Mato Grosso, são partes de uma releitura das conversas de boteco, de frente da casa velha, do pé de manga. A infância e cultura viva nas lembranças dos homens de cabeça “enchapelada”. Na trama os personagens folclóricos Boi a Serra, Minhocão do Pari, e Tuiuiú, são apresentados sob a ótica de muito suspense e mistério, com proposta de interação com o publico que assiste a manipulação direta dessas personagens pelos atores criadores.
Toda a história é conduzida por contos criados e inventados em uma homenagem aos mestres de cultura popular mato-grossenses e brasileiros, com muita musica e muita canção realizada ao vivo pelos atores.
Sobre Mia Couto
Antônio Emílio Leite Couto nasceu na Beira, em Moçambique, em 1955, e é um dos principais escritores africanos, comparado a Gabriel Garcia Márquez, Guimarães Rosa e Jorge Amado. Seu romance "Terra sonâmbula" foi considerado um dos dez melhores livros africanos do século XX.
Em 1999, o autor recebeu o prêmio Vergílio Ferreira pelo conjunto de sua obra e, em 2007 o prêmio União Latina de Literaturas Românticas. “Quando já não havia outra tinta no mundo o poeta usou do seu próprio sangue. Não dispondo de papel, ele escreveu no próprio corpo. Assim, nasceu a voz, o rio em si mesmo ancorado. Como o sangue: sem voz nem nascente.” (Mia Couto)
Nenhum comentário:
Postar um comentário