O que pode acontecer quando você mesmo sugere o conteúdo para uma peça e acompanha o desenrolar da história?
Certamente um espetáculo nunca será igual ao outro.
Serão ao todo 15 mil quilômetros rodados, nos Estados de Goiás, Minas Gerais, Mato Grosso, Mato Grosso do Sul, Bahia, São Paulo, Paraná e Rio Grande do Sul, no período entre abril e novembro de 2014. ‘Forasteiros’, espetáculo com direção de Rhena de Faria, é um western-brasileiro inédito para toda a família, que será apresentado ao ar livre em 29 cidades do país, no projeto “Viagem ao Improviso”.
O elenco é formado por atores do grupo paulistano “Impronozes” que tem como característica principal de formação o improviso teatral. A participação da plateia, através da sugestão de temas, é fundamental para a criação imediata das cenas, sempre com muito bom humor. O espetáculo será também acompanhado de um jogo de improvisação com o tema sustentabilidade.
O que acontece a uma cidade quando chega um forasteiro? O que terá esta cidade a oferecer a ele? Que benefícios esta cidade recebe? Que troca se faz de um encontro inesperado?
Todo forasteiro chega a uma cidade em busca de algo. E todo forasteiro parte deixando algo para trás. É deste tipo de encontro que trata este espetáculo. O espetáculo conta a história de um pequeno bando que chega, em um ônibus, a uma cidade desconhecida. Não se sabe de onde este bando vem, tampouco para onde vai. Cada integrante traz consigo poucas lembranças, todas relacionadas à sua cidade natal.
Gerald, o motorista do ônibus, veio de uma cidade onde todos caminham de costas. Seu maior prazer ao dirigir numa estrada é olhar pelo espelho retrovisor e ver o mundo ficando para trás. E isto é tudo o que Gerald sabe sobre si mesmo.
Lenny, o mais jovem, veio de um lugar onde se vendem coisas usadas. Toda a economia de sua cidade gira em torno das coisas que os habitantes jogam fora. Ele, porém, se apega a uma máquina fotográfica digital encontrada em um lixo e não consegue vendê-la. Ali, naquela máquina, estão contidas as memórias felizes de alguém e ele se sente responsável por guardá-las.
Martelina, assim como os seus amigos, não é capaz de se lembrar de grandes detalhes de sua vida, sua infância ou mesmo sua cidade. Tudo o que se sabe é que ela vem de uma cidade onde as pessoas fabricam o seu próprio sabão, e onde se usa a água da chuva para tudo.
E finalmente, Campbell: o mais introspectivo, que guarda consigo um grande mistério. Campbell é um homem totalmente sem memórias. Cabe aos forasteiros a missão de dar memórias a Campbell. Memórias que seus companheiros arrecadarão com a ajuda do público.
Construindo Cenas Improvisadas
As memórias de Campbell são criadas na forma de pequenas cenas improvisadas e, portanto, construídas na hora, aos olhos do espectador. Os forasteiros servem-se de elementos dados pelo público para compor estas recordações e, consequentemente, as recordações de todo o bando, uma vez que estes elementos os ajudarão a definir qual será o elo existente entre eles.
A cada cena improvisada, os atores propõem um desafio diferente. Uma das cenas, por exemplo, é criada a partir de escolhas que a plateia faz na hora. Outra cena é criada a partir de frases escritas pelo público. Em “Forasteiros”, tudo pode servir como inspiração: um nome, uma profissão, um costume ou mania, um momento feliz de algum espectador. Isto faz com que cada apresentação seja um encontro único, que jamais se repetirá.
O espetáculo conta com uma belíssima trilha sonora instrumental ao vivo executada em banjo e violão, com referências da música folk americana e da viola caipira brasileira.
Rhena de Faria, a diretora
Participou de oficinas ministradas pelo Odin Teatret e seu diretor Eugênio Barba em sua sede em Holstebro - Dinamarca e pelos palhaços Leo Bassi, Ricardo Puccetti, Chacovachi e Léris Colombaioni, no Brasil.
Estudou Técnicas Circenses no Circo Escola Picadeiro, no Galpão do Circo, com o Grupo Acrobático Fratelli e com a Família Medeiros em diversos locais.
Possui diversos solos e alguns duos com Silvia Leblon (a palhaça Spirulina) entre eles o espetáculo de palhaças "Para Todas as Quedas", de sua autoria.
Como palhaça e improvisadora, participou de festivais no Chile, Colômbia, Peru e Argentina, sendo campeã no Mundial de Match de Improvisação realizado em Bogotá em 2008.
Atualmente dá aulas de Improvisação Teatral no Quintal de Criação e atua nos espetáculos da Cia. do Quintal "Jogando no Quintal - Jogo de Improvisação de Palhaços", "Caleidoscópio- um espetáculo de improvisação teatral”, “O Eterno Retorno” e “A Rainha Procura” que foi uma das peças com maior número de indicações - texto, figurino, direção e atuação - ao prêmio FEMSA para peças infantis. Também dirige peças em outros grupos como a excelente cia de palhaços “La Mínima”, e a palhaça Rubra com o espetáculo “Escalafotética” em turnê no SESC.
Espetáculo "Forasteiros"
Dia: 24 de Maio
Local: Praça de Eventos - Campo Novo do Parecis
Duração: 50 minutos
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