Capa do livro de Neusa Baptista Pinto
O projeto cuiabano “Pixaim: nem bom, nem ruim – apenas diferente”, boa parte das pessoas conhecem. Ele é referência em todo o país quando o tema é superação através da arte, da autoaceitação e da valorização da beleza própria. O que talvez poucos saibam é que uma das idealizadoras do projeto é a jornalista Neusa Baptista Pinto, autora do livro “Cabelo Ruim?”.
Ela é uma das convidadas do 1º Salão do Livro de Tangará da Serra, que ocorre entre os dias 01 e 05 de maio de 2012 na quadra de esportes da Escola 29 de Novembro e no teatro do Centro Cultural “Pedro Alberto Tayano Filho”. No dia 1º, terá um bate-papo com a escritora, às 10h30, e no dia 02 ela ministrará a palestra “Cabelo Ruim? O racismo que apagou a beleza”.
Mulher, negra, simples e guerreira, a mãe do Joaquim tem como ídolos o ex-presidente Lula e o militante africano Nelson Mandela. Empunha uma bandeira, a luta contra o racismo, trançando os cabelos e as cabeças da meninada cuiabana e do interior de Mato Grosso, a jornalista conseguiu respeito e se tornou referência no confronto a esta quimera chamada preconceito.
Para falar de Neusa Baptista Pinto obrigatoriamente deve-se falar do projeto Pixaim, que nasceu em 2009 com oficinas de trança afro, leitura e teatro, que foram desenvolvidas no bairro Alvorada, em Cuiabá (MT). Projeto forte, vivo e sustentável, que pauta suas ações no campo da geração de emprego e renda, tendo um recorte bem definido, a mulher.
Em 2010 o projeto passou a receber incentivo dos órgãos de cultura estadual e federal, se tornando um Ponto de Cultura, reforçando ainda mais suas oficinas de trança, leitura e desta vez, a oficina de confecção de boneca de pano negra. As ações foram e são desenvolvidas no Centro Esportivo e Cultural Cufa (CECC), no bairro São João Del Rei, em Cuiabá.
O projeto Caravana Pixaim, com apoio da Lei Rouanet e da Fundação André Maggi, circulou em mais de 30 cidades no estado de Mato Grosso, desenvolvendo ações de trança afro, leitura e apresentação da peça teatral “Cabelo Ruim?”, baseada no livro homônimo da Neusa Baptista. No período foram doados mais de cinco mil exemplares da obra às escolas visitadas.
No ano passado o Pixaim participou do Probeleza Cuiabá 2010/2011, um dos maiores eventos do segmento do Brasil, e da III Semana da Beleza do Sesc 2011 de Cuiabá, tendo como objetivo apresentar outras possibilidade para arrumação do cabelo crespo, mais direcionado para o público feminino, por meio de oficinas elaboradas pela coordenação do Projeto.
“Cabelo Ruim?”
A obra, lançada pela primeira vez em 2007 pela Editora Tanta Tinta, aborda a descoberta da beleza própria e a autoaceitação. É item obrigatório à crianças e professores quando se fala em bullying e racismo. É a história da amizade entre três meninas negras e pobres, que enfrentam as manifestações preconceituosas com relação ao seu cabelo crespo e vão, aos poucos, aprendendo a aceitá-lo, a brincar com ele e a amá-lo do jeito que é. Surgem novos penteados e com eles também novas formas de ver a si e ao outro, coragem e ousadia para fazer e ser diferente.
Neusa Baptista Pinto
Natural de Lençóis Paulista, São Paulo, Neusa Baptista Pinto tem 36 anos, é jornalista e vive em Cuiabá, desde 1986, quando tinha 11 anos. Está iniciando sua incursão pelo mundo da literatura, tendo lançado em 2006 a obra “Cabelo Ruim? A história de três meninas aprendendo a se aceitar”, que trata da autoaceitação da criança negra. É uma das diretoras da Dois Comunicação & Ideias, empresa de assessoria de imprensa, e escreve (sempre que há tempo e inspiração) contos e minicontos.
A obra é ilustrada por Nara Silver, 21 anos, que é formada em Moda pela Universidade para o Desenvolvimento do Estado e da Região do Pantanal (Uniderp), em Mato Grosso do Sul. Natural de Goiânia (GO), trabalha como estilista, designer gráfico e ilustradora. Também vive em Cuiabá, Mato Grosso.
Alexandre Rolim/Redação Diário da Serra
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