Função de reconhecimento de faces perde espaço quando o cérebro se adapta à leitura
Uma nova pesquisa sugere que aprender a ler – mesmo na idade adulta – é uma experiência tão importante para o cérebro que ele redistribui alguns dos seus recursos, obrigando outras funções, como o reconhecimento facial, a abrir mão de parte de seu terreno, diz artigo na edição mais recente da revista Science.
A leitura é uma invenção relativamente nova na história da humanidade. Por essa razão, há um consenso geral entre os pesquisadores de que, quando aprendemos a ler, em vez de confiar em antigos mecanismos de evolução, o nosso cérebro adapta recursos pré-existentes apara processar as informações visuais.
A leitura é uma invenção relativamente nova na história da humanidade. Por essa razão, há um consenso geral entre os pesquisadores de que, quando aprendemos a ler, em vez de confiar em antigos mecanismos de evolução, o nosso cérebro adapta recursos pré-existentes apara processar as informações visuais.
Stanislas Dehaene e colegas na França, Brasil, Portugal e Bélgica utilizaram a Ressonância Magnética funcional (fMRI) para avaliar a atividade cerebral de 63 participantes portugueses e brasileiros que se incluíram em três grupos: adultos que não podiam ler, adultos que aprenderam a ler na infância e adultos que aprenderam a ler na idade adulta.
Os resultados demonstraram que a leitura melhora o processamento de estímulos visuais orientados horizontalmente no córtex occipital e também conduz ao aparecimento de uma área especializada para palavras no córtex temporal.
A área do córtex temporal dedicada ao processamento facial se reduz, embora os autores afirmem que há necessidade de mais pesquisa para poder determinar se isso realmente afeta nossa capacidade de reconhecer faces.
Alterações similares ocorreram em adultos que aprenderam a ler quando adultos, indicando que essas rotas neurais mantêm a capacidade de apoiar a aprendizagem na idade adulta.
Fonte: Estadão
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