Raulzito, o maluco beleza, deixou saudades eternas
Aparentemente qualquer pessoa com essas tendências seria vista pela sociedade com uma certa reserva, mas quando ela mistura tudo isso num caldeirão e transforma essas idéias em uma música da melhor qualidade, numa levada rock com pitadas de musica popular tradicional, aí todos param para investigar o que quer dizer aquele sujeito que funde ritmos e sons com uma mensagem esotérica nitidamente fora dos padrões, não deixando que ninguém fique indiferente e saiam por aí cantando suas canções, mesmo que não a entendam.
Acaso o destino tivesse barrado Raul Seixas, bastaria, porém, apenas uma de suas canções para assegurar-lhe eternidade: "Ouro de Tolo". É a música-chave do álbum Krig-Há, Bandolo!, 1973.
Em uma semana, o compacto conseguiu gigantesca popularidade. Naqueles tempos de milagre econômico, a letra autobiográfica de Raulzito soou como sonoro tabefe desferido na cara da classe média. A canção também embalou audaciosa tacada de marketing, bolada por Paulo Coelho, para transmitir aos lares brasileiros preceitos da Sociedade Alternativa.
No dia 7 de junho de 1973, no centro do Rio de Janeiro, Raul Seixas convocou a imprensa e entoou "Ouro de Tolo" em rede nacional. A cena foi exibida no Jornal Nacional e Raul ganhou o Brasil.
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