sábado, 5 de janeiro de 2013

A Cultura e o buraco da nossa Rua


A desestruturação vertical dos organismos gestores da cultura vem sendo arquitetada a algum tempo. No inicio do mandato da presidenta Dilma, comentou-se muito da extinção do Ministério da Cultura ou fusão com outros ministérios.

O governo do estado de Mato Grosso, a todo o momento, desde os tempos de Blairo Maggi, comenta sobre a possível extinção da Secretaria de Estado de Cultura ou fusão com outra.

Aqui em Rondonópolis a cultura contava apenas com um acanhado Departamento ligado a Secretaria de Educação, sendo que o próprio prefeito Percival Muniz criou, no seu primeiro mandato, a Secretaria de Esporte, Cultura e Lazer.

Portanto se não continuarmos no mínimo como está, é um retrocesso. Essa tendência ao retrocesso só não vem tendo sucesso devido a incessante luta e cobrança dos agentes culturais brasileiros. Não fosse isso nem um mero Departamento de Cultura teríamos no Ministério da Educação. Pois antes da criação do MinC, era assim que era.

Não é só uma questão de se tem ou não recursos. É simbólico. É respeito a todo o nosso legado. Não é só questão burocrática de criação de uma Secretária. É seguir avançando. É preservar conquistas e abrir portas para outras.

Acredito que temos sempre que avançar, jamais retroceder.
Como abrir mão dos pontos de cultura?
Como abrir mão de uma Agencia Nacional do Cinema?
Como abrir mão de uma Fundação Cultural Palmares?
Como abrir mão de um Instituto Brasileiro de Museus?
Como abrir mão dos incentivos públicos a cultura?
Como abrir mão dos Conselhos de Cultura?
Como abrir mão de um Festival do Cururu e Siriri?
Como abrir mão de um Museu Rosa Bororo?
Como abrir mão do Centro Cultural Jose Sobrinho?
Como abrir mão do Casario Marechal Rondon?

Tudo isso vem sendo garantido com a ampliação das estruturas de gestão. A criação da Secretaria Municipal de Cultura é garantia de continuarmos avançando. A questão é escolhermos o que queremos.

Ou avançamos em direção a uma sociedade mais consciente. Mais culta. Proprietária do seu destino.
Ou lutarmos para sempre para que o prefeito tampe o buraco da nossa rua.

Por José Roberto de Souza
Artista de Rondonópolis.

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